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"Se não fosse o apoio da LBV, não sei como seria”

José Heronildo Gonçalves Júnior cria, sozinho, a filha Pietra e conta com o auxílio da LBV na educação da menina.

Há três anos, a vida do vendedor José Heronildo Gonçalves Júnior ganhou ainda mais responsabilidades. Por sugestão da antiga companheira, a filha Pietra Rafaela, à época com 8 anos de idade, ficou sob sua tutela. Apesar das dificuldades iniciais para adaptar-se à nova realidade, a oportunidade de estar mais presente no dia a dia da menina, principalmente atento ao seu desenvolvimento escolar, fez José abraçar o desafio com muito Amor.

João Nery

José Heronildo e a filha Pietra no pátio do Conjunto Educacional Boa Vontade, na capital paulista. Na escola da LBV, a menina destaca seus espaços prediletos: a biblioteca e a sala de música, onde aprende a tocar violino.

“Faço tudo. Lavo pratos, cozinho, apronto o café da manhã, levo ela pra escola; há uma ligação muito forte entre nós”, afirma.

Nessa tarefa, o Conjunto Educacional Boa Vontade, localizado na região central de São Paulo/SP, é um grande aliado. Na unidade, Pietra estuda desde o maternal em horário integral, o que possibilita ao pai trabalhar com tranquilidade. “A escola da LBV é fantástica; se não fosse esse apoio, eu não sei como seria”, enaltece.

Nesse ínterim, José não contava que teria de enfrentar os desdobramentos da pandemia do novo coronavírus. Um mês depois de declarada a crise sanitária, em março de 2020, ele ficou desempregado — a loja de eletrônicos em que trabalhava fechou as portas em meio às restrições de funcionamento do comércio, situação essa que durou dois anos. De acordo com ele, o recurso da rescisão foi consumido em pouco tempo com o básico: aluguel, contas e alimentação.

Para driblar o momento tão adverso, passou a morar com a mãe, que sobrevive com uma pequena aposentadoria. Mais uma vez, o auxílio da LBV foi fundamental para eles.

“Foi bem difícil. Eu entrava no supermercado, ela queria uma bolacha, e não tinha dinheiro pra comprar. (...) A LBV, com esse trabalho social que faz com a [entrega de] cestas de alimentos e mais algumas coisas que nos deu, ajudou muito.”

O isolamento social provocado pela pandemia não foi de todo ruim. O pai conta que, com mais tempo livre, pôde acompanhar com maior afinco a menina nas lições escolares e, graças também ao apoio do Programa LBV — Potencializando Habilidades (PPH)*, a viu progredir nos estudos nesse período de aulas remotas.

“Ela melhorou muito. [Atualmente,] domina as quatro operações matemáticas, língua portuguesa... E eu continuo incentivando-a. Todo dia eu pergunto se está avançando, como vai nas provas”, diz.

Recentemente, José conseguiu um novo emprego e já começa a traçar planos para a família. Ele conta que optou por não entrar em outro relacionamento por enquanto, a fim de dedicar-se ao máximo a ela. “O tempo todo sou pai, não deixo a minha filha na mão de outras pessoas.”

Ao ser questionado se esse é um sacrifício que vale a pena, ele responde com um sorriso e lágrimas nos olhos (estava usando máscara durante a entrevista): “Vale a pena, sim! Sinto-me uma pessoa mais feliz hoje! Eu era bastante impulsivo, passei a controlar melhor a minha vida e aprendi a ter mais paciência”.

Essa reportagem foi publicada, originalmente, na edição nº 274 da revista BOA VONTADE, de agosto de 2022. Para ler outras matérias desta publicação, clique aqui.


* O Programa LBV — Potencializando Habilidades (PPH) visa acompanhar o desenvolvimento pedagógico, emocional e social dos alunos da unidade de ensino com necessidades educacionais diferenciadas, promovendo estratégias e adaptações que os ajudem no aprendizado dos conteúdos curriculares.