Você está aqui

“O amor é o carro-chefe da LBV”

A sua doação ajudou a transformar a vida de Patrícia Ferreira da Silva. Agora, a pedagoga ajuda a transformar outras vidas.

Há quase duas décadas, depois de enfrentar uma reviravolta em sua trajetória particular, Patrícia Ferreira da Silva, 41 anos, descobriu a razão de viver, ampliando ainda mais o sentimento materno.

Egeziel Castro

Patrícia da Silva, da LBV, emociona-se ao ouvir das famílias atendidas que “a cesta de alimentos chegou em boa hora”, porque relembra a própria trajetória transformada pela ação da Obra.

No Centro Comunitário da LBV em Goiânia, a pedagoga viu a oportunidade de realizar o antigo sonho de fazer algo pelo próximo, transmitindo conhecimentos a crianças em situação de vulnerabilidade social. Ali, por sinal, encontrou bem mais do que esperava.

“A LBV é uma instituição que eu visto a camisa mesmo, porque a amo, trabalho por Amor, pois me ajudou nos momentos mais difíceis que passei em minha vida. Eu cresci muito como pessoa porque a LBV esteve ao meu lado”.

“Em 2003, eu mudei de Indiara para morar em Goiânia. Não foi nada fácil, vim para uma cidade grande, estava casada, mas, logo em seguida, o meu companheiro saiu de casa, e fiquei sozinha com a minha filha. Apesar da situação difícil, eu falava para mim mesma que não voltaria para o interior. Só que aí foi ficando tão grande o meu desespero que pensei até em coisas erradas, em desistir de tudo, em não viver mais, mas aí veio a LBV, que me ajudou em tudo. Graças à equipe da LBV, que me acolheu, me ajudou mesmo, consegui suplantar, crescer profissionalmente. Sou grata, faço de tudo para estar aqui colaborando com quem mais precisa, não tem como não me emocionar ao falar disso, e eu sei que têm muitas mães que passam por isso e pensam em desistir. Não façam isso, tenham Fé, pensem em Jesus!”, conta.

     

O fato de poder transmitir aos atendidos todo o seu carinho foi curando a sua dor:

“Eu me via naquela situação de desespero, de sofrimento, mas, quando vinha para a LBV, nesse momento, quando as crianças me abraçavam, esses sentimentos iam embora e, aos poucos, fui livrando-me de tudo isso, graças ao carinho das crianças, das famílias ali atendidas”.

Patrícia diz que a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, criadas pelo presidente da LBV, o educador José de Paiva Netto, “que alia cérebro e coração”, é o grande diferencial do atendimento da Instituição.

“Todas as pessoas que vêm trabalhar na LBV primeiramente colocam seu Amor no trabalho, depois veem as outras coisas, mas o Amor é o carro-chefe da LBV, seja na hora de entregar um benefício a uma família, seja na hora de realizar um atendimento a uma criança ou ao acolher uma pessoa que bate à porta da Instituição”.

Para ela, essa Solidariedade sem fronteiras vivenciada nas unidades da Obra é como a boa semente que vai se multiplicando: “É tão importante, porque a gente percebe que planta e vai colhendo no decorrer do caminho”.

Desafios vencidos e pessoas amparadas e fortalecidas

Entre tantas histórias, Patrícia se recorda da época em que residia no mesmo bairro do Centro Comunitário de Assistência Social:

“Ficava bem fácil de as crianças saberem quem morava aqui próximo e houve uma vez, era de madrugada, eu já estava deitada com minha filha dormindo, e dois irmãos que eram atendidos na Entidade bateram palmas em nossa casa. Quando abri o portão, os dois estavam chorando, porque o pai havia falecido, isso me marcou bastante. A gente percebe que eles tinham uma relação muito boa de carinho, de acolhimento na LBV, a ponto de nessa hora em que se perde um ente querido eles buscarem a Instituição, porque se sentem bem ao nosso lado. Hoje, já são homens casados, mesmo agora, quando nos encontramos, me chamam de tia Patrícia”.

Há cinco anos, ela passou a ocupar cargo administrativo na referida unidade da LBV e viu, durante a pandemia do novo coronavírus, o aumento do número de famílias assombradas pelo fantasma da fome. Por sinal, levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa realizado em 2021 mostra que a insegurança alimentar é um problema que afeta praticamente 64% dos lares mantidos por mães solo.

Egeziel Castro

    

A pedagoga frequentemente segue com a equipe para realizar entregas de cestas de alimentos não perecíveis e verde e afirma, já com a voz embargada, que se sente gratificada por ser também um pouco mãe dessas atendidas:

“Não tem como não se emocionar quando elas falam ‘essa cesta chegou em boa hora’, ‘aqui em casa não tinha nada para comer’. Eu penso em tudo o que já passei na época em que meu companheiro foi embora e que, se não fosse a LBV, a minha filha teria também passado necessidade. O trabalho é realmente significante, faz a diferença na vida das pessoas. A LBV é uma mãezona”.

Ao investir no nosso trabalho, você ajuda a transformar a vida de milhares de pessoas em todo o Brasil — e a Patrícia é mais uma prova do poder transformador da sua doação. Nosso sincero agradecimento pelo apoio e confiança!

Essa entrevista foi publicada originalmente na revista BOA VONTADE nº 271, de abril de 2022. Para ler outros conteúdos desta edição, clique aqui.