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No DF, a história e as batalhas de 3 mulheres

Kátia Cilene de Sousa Andrade e as filhas Mirelly e Fernanda tiveram suas vidas transformadas pela LBV.

No Brasil, 11 milhões de mães solo não contam com o auxílio dos pais de seus filhos na criação deles. De acordo com o Instituto Locomotiva, responsável por esse levantamento, 57% desses lares sustentados pelas mulheres estão abaixo da linha da pobreza.

Kátia Cilene de Sousa Andrade, 50 anos, é uma dessas mulheres. Essa moradora do bairro Paranoá Parque cria, atualmente, oito filhos. Até outubro de 2021, vivia ainda um desafio maior, porque, ao ser afastada do serviço por motivo de doença, teve seu benefício do INSS suspenso, que era a única renda da família.

A situação estava bastante difícil,  Mirelly, de 16 anos, e Fernanda, de 17, duas de suas filhas, ingressaram no programa Aprendiz da Boa Vontade, da LBV, em Brasília/DF.

Naquele momento, estava nascendo a esperança de dias melhores. “Foi maravilhoso, um sonho, pois, de lá pra cá, a nossa vida começou a andar. Deu um alívio grande, porque, se não fosse pelas minhas filhas, eu não sei o que seria aqui em casa”, conta a mãe, visivelmente emocionada e orgulhosa das jovens.

Paulo Araújo

Kátia Andrade, ladeada pelas filhas Mirelly (E) e Fernanda, jovens que são orgulho e arrimo da família.

As filhas também não escondem o contentamento pela porta aberta pela LBV, responsável pelas atividades teóricas no curso do arco de Administração, e pelo Colégio Ciman, onde cumprem a jornada de trabalho. Com essa oportunidade, as duas aprendem uma profissão e, ao mesmo tempo, são o apoio do lar.

“É o meu primeiro emprego no currículo, e está sendo surpreendente. Todo dia eu aprendo coisas novas, como a mexer no computador, na máquina de tirar xerox, melhorei a minha escrita e até a me comportar. Estou mais ativa, animada”, ressalta Fernanda.

Paulo Araújo

    

A jovem, que cursa a 3a série do Ensino Médio e sonha em fazer a faculdade de Direito, conta que, durante a pandemia, ela e os familiares enfrentaram um período ainda mais desafiante, em que tiveram de coletar material reciclado para ajudar no sustento da casa. A possibilidade de participar do programa Aprendiz de Boa Vontade fez a diferença.

“Não foi fácil, mas, aos poucos, estamos melhorando, a LBV e o Ciman estão nos ajudando muito. Hoje, eu tenho um refúgio; antes me sentia sozinha, agora não me sinto mais assim”, agradece Fernanda.

O conhecimento adquirido e as novas perspectivas são o que a irmã Mirelly, que também está no último ano da Educação Básica e pretende cursar Artes Cênicas, no Ensino Superior, destaca. “Eu já tinha maturidade, mas, com o curso da LBV e o trabalho, comecei a ter responsabilidade, a me virar sozinha, a chegar em casa e a eu mesma fazer compras para minha mãe, acordar cedo, coisas que não fazia antes.”

A exemplo de outras pessoas de sua idade, Mirelly enfrentou alguns receios próprios desse período da vida, mas, com o apoio dos educadores da LBV e da família, conseguiu enxergar a questão por nova perspectiva:

“Muitas pessoas têm disposição, mas não possuem coragem, têm medo de acontecer algo de errado, e não enfrentam [esse sentimento]. Sim, tive medo no meu primeiro dia de trabalho, mas consegui [superar], o pessoal da LBV foi me aconselhando, falando para eu não desistir, e, com a ajuda deles, da minha mãe e das minhas irmãs, tudo se tornou mais fácil”.

Esse é mais um dentre os muitos inspiradores exemplos de mulheres guerreiras que, pela grande capacidade realizadora feminina, transformam suas vidas, de suas famílias e de suas comunidades para melhor. Fica aqui uma justa e merecidíssima homenagem da LBV a todas as mulheres que ajudam a construir um mundo melhor, por meio de suas ações, atitudes e iniciativas solidárias.

Este depoimento foi publicado originalmente na revista BOA VONTADE nº 269, de março de 2022. Para ler outros conteúdos desta edição, clique aqui.