Mais calma e felicidade no serviço missionário no Sudão
Da LBV para o mundo: a história de Glaucio Barbosa, ex-aluno que hoje se engaja em causas humanitárias
Glaucio Barbosa Quadros, de 34 anos, é ex-aluno do Conjunto Educacional Boa Vontade. A trajetória dele é a comprovação de que a semente da Solidariedade plantada ainda na infância pode se transformar em uma árvore frondosa com bons frutos, multiplicando em muito a lição aprendida.
“A gente não tem ideia do impacto positivo que os estudos e a nossa vivência na LBV causam, só depois, lá na frente, percebe e fala: eu sou grato por ter passado por uma Instituição que ama a Deus, que tem valores, que ensina o respeito [ao ser humano] e incentiva a vontade de servir o próximo. Algo que tive na LBV e levo comigo em qualquer lugar do mundo em que eu vá servir”, ressalta.

Glaucio explica que esses sentimentos estão expressos claramente no lema da escola da Legião da Boa Vontade, criado pelo educador Paiva Netto, presidente da Entidade: “‘Aqui se estuda, formam-se cérebro e coração’. Esse pensamento dele se conecta com aquilo que falei. Às vezes, muitos pais se preocupam em colocar os filhos em uma instituição de alta qualidade, e a gente vê isso na Europa, mas não é suficiente. Não é só formar cérebro; é preciso formar o coração. Eu gosto bastante dessa mensagem do Paiva Netto, essa é a chave, é o diferencial da LBV, a gente tem que ter o equilíbrio entre cérebro e coração”.

Ao terminar o Ensino Médio aos 17 anos, em 2006, matriculou-se na Faculdade de Administração e, quando concluiu o curso superior, viajou para a Irlanda, a fim de fazer intercâmbio e aprender inglês.
Quando retornou ao Brasil, decidiu fazer Teologia e ganhou uma bolsa de estudos da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Nessa oportunidade, integrou, durante um ano e meio, um projeto missionário no Sudão, país africano que enfrenta crises políticas, guerra civil, fome e desigualdades sociais.

“O que me levou para lá era poder servir à comunidade, ajudar os jovens daquele país a ter uma perspectiva mais positiva em relação ao futuro. Eu abri mão da minha vida profissional para ter uma existência em prol do próximo”, enfatiza.

O desejo de trabalhar em lugares que poucos querem só lhe fez bem: “No Sudão, em plena pandemia, eu confesso ter tido os melhores anos da minha vida. Parece meio contraditório, mas sou uma pessoa ansiosa, difícil você nascer em São Paulo e não ser. Mas meus níveis de ansiedade diminuíram tanto trabalhando na missão, e hoje consigo dormir melhor, sorrir mais. Você tem um choque com o sofrimento que as pessoas têm naquele país e, ao mesmo tempo, se sente bem [em saber que está ajudando]. Poxa, estou aqui para fazer algo por eles”.
É como retribuir o que recebeu também um dia:
“O trabalho que a LBV faz não é só benéfico para a criança em termos acadêmicos, mas para as famílias, porque elas podem garantir o sustento, as contas pagas dentro de casa. Esse impacto que a LBV faz é um efeito dominó, que não só alcança um, mas vários. Os pais das crianças que estão aqui podem trabalhar com mais liberdade, para fazer o que é necessário para profissionalizar-se, e não têm aquela preocupação... Será que o meu filho estará aprendendo? Será que a escola é boa? Os pais que colocam os alunos na LBV não têm dúvida da qualidade de ensino. O impacto social que a LBV fez na minha vida e na dos meus amigos foi gigante”.

Esse é um trecho de uma reportagem publicada, originalmente, na revista BOA VONTADE nº 283, de maio de 2023. Para ler outros conteúdos publicados nesta edição da revista, clique aqui.