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Amparo a idosos em tempos de pandemia

Conheça algumas das ações da LBV em seus abrigos para pessoas da terceira idade

Paula Gurgel

Em Volta Redonda/RJ, além do uso de EPIs, há uma acompanhamento periódico da saúde dos atendidos.

Arquivo BV

Considerando o atual cenário do planeta, a Legião da Boa Vontade (LBV), cuja dedicação quanto ao bem-estar de seus atendidos é permanente, redobrou a atenção aos idosos em situação de risco pessoal e social que se encontram em seus três abrigos, localizados em Volta Redonda/RJ e nas cidades mineiras de Teófilo Otoni e Uberlândia, uma vez que fazem parte do grupo de risco do novo coronavírus.

Para se ter ideia da importância desse cuidado, no Brasil, as taxas de mortalidade da Covid-19 entre pessoas com 80 anos ou mais são 13 vezes maiores do que na faixa de 50 a 55 anos e 75 vezes a letalidade entre indivíduos de 10 a 19 anos. Os dados são da pesquisa “Onde estão os idosos? Conhecimento contra a Covid-19”, produzida pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social).

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Nesta reportagem, o(a) amigo(a) leitor(a) conhecerá algumas das estratégias aplicadas pela LBV para proteger pessoas acima de 60 anos que continuam sendo acolhidas na modalidade longa permanência (residem no local), bem como os funcionários das referidas unidades.

Paula Gurgel

Além dos cuidados conhecidos a fim de conter a propagação da Covid-19, como o uso de máscara e de álcool em gel 70%, a limpeza dos ambientes e o necessário distanciamento social, os três abrigos para idosos da LBV, contemplando as recomendações dos principais órgãos de saúde, adotaram uma série de outras ações preventivas.

A primeira delas foi restringir o contato social dos atendidos com o mundo exterior: visitas, inclusive de familiares, e práticas externas e desenvolvidas por voluntários e parceiros, por exemplo, foram suspensas por tempo indeterminado. Durante essa nova realidade, o contato do idoso com a família ou com quem tenha vínculo afetivo passou a ser feito por chamada de vídeo ou por telefone — meios pelos quais os profissionais dão as informações pertinentes aos entes queridos.

Arquivo BV

As atividades realizadas com os integrantes dos abrigos ganharam nova dinâmica: com no máximo três idosos, as ações recreativas, manuais e reflexivas têm ocorrido mais ao ar livre, nos ambientes externos das unidades, a exemplo do jardim e do solar. Já outras que precisam ser executadas internamente, como fisioterapias e refeições, respeitam a distância entre os indivíduos de pelo menos um metro.

Arquivo BV

A aferição da temperatura e da frequência respiratória do idoso passou a ser realizada ao menos 3 vezes ao dia, e, em caso de alteração, ele é logo remanejado pela equipe de enfermagem para a área de isolamento, a fim de ser monitorado. O mesmo vale para o funcionário que apresentar sintomas gripais e/ou febre, que retorna à própria residência e cumpre o isolamento domiciliar, conforme orienta a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Paula Gurgel

Conscientes de suas limitações e fragilidades físicas, os idosos podem se sentir ainda mais vulneráveis às doenças neste momento de pandemia. Totalmente distanciados de familiares e amigos, os sentimentos de abandono, de inutilidade e de desesperança podem vir à tona, assim como o medo de morrer e a tristeza, emoções propícias para quadros de depressão.

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Como na LBV o ser humano é sempre tratado como um ser-espírito-biopsicossocial, o aspecto psicológico deles jamais poderia ser negligenciado. Por isso, as equipes multidisciplinares dos abrigos não deixam de contar com seus respectivos profissionais técnicos, devidamente preparados para contribuir com as atividades diárias e a qualidade de vida dos idosos e colegas de trabalho.

Arquivo BV

A psicóloga Estéfani Tessaro, do Lar Vovó Ássima e Vovô Elias Zarur, da LBV em Volta Redonda, detalhou à equipe da revista BOA VONTADE o que tem sido feito por lá e nos demais abrigos da Entidade, como sinalizar aos abrigados o tempo todo a questão de manter o distanciamento, lavar bem as mãos, não abraçar, não beijar e não cumprimentar com as mãos.   

De acordo com ela, essa última parte é mais desafiadora, já que “eles têm a necessidade do toque, do carinho, da troca de afeto. A gente continua trocando carinho, mas agora de um modo mais distante, principalmente com palavras de conforto. (...) Os idosos lúcidos têm enfrentado o distanciamento com chateação — o que é normal —, mas com consciência de que neste momento ele é necessário”.

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Ao belo trabalho que já vinham realizando antes da Covid-19, a colaboradora da LBV informa que uma dose a mais de paciência tem sido acrescentada por parte dos colegas: “Existem momentos em que a gente precisa orientar [os idosos menos lúcidos] uma, duas, três, dez vezes. E isso não é problema para nós. Precisamos ter ainda mais paciência, cuidado e carinho, pois essa é uma situação nova para todo mundo. Mesmo que para nós, profissionais, já esteja difícil acompanhar tudo o que está acontecendo — porque há acúmulo de informação —, que a gente tenha ainda mais paciência com eles”.

Arquivo BV

Gratidão

A Legião da Boa Vontade agradece a todos os seus colaboradores por financiarem as empreitadas solidárias da LBV, que há 70 anos trabalha “por um Brasil melhor e por uma humanidade mais feliz”. A Instituição segue enfrentando toda e qualquer dificuldade para socorrer os que mais precisam de ajuda, física, emocional e espiritualmente. Os que desejam se juntar a essa Corrente do Bem podem contribuir, de maneira rápida e segura, pelo site www.lbv.org/doar.

Este conteúdo consta na edição n° 250 da revista BOA VONTADE. Conheça a publicação na plataforma ISSUU!

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