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Ajuda que traz esperança

Pesquisa aponta que a insegurança alimentar é maior em lares com crianças abaixo de 10 anos. LBV segue trabalhando por um futuro digno a elas.

Felipe Feijó

O relatório da segunda etapa do Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (Vigisan), divulgado em meados de setembro, revela que a fome prevalece nos lares em que vivem crianças com menos de 10 anos. SAIBA MAIS.

De acordo com o levantamento, 37,8% dos domicílios onde moram essas crianças enfrentam insegurança alimentar grave ou moderada, ou seja, passam fome ou desfrutam de uma dieta insuficiente. O percentual é 7 pontos maior do que a média nacional, de 30,7%, quando levados em conta todos os lares.

O estudo foi realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), que envolve seis entidades parceiras. Em junho, a primeira fase da pesquisa mostrou que 33 milhões de pessoas passam fome em nosso país.

Felipe Feijó

Não ter o que comer já é uma tragédia se for considerado apenas o risco à saúde da população que integra tais estatísticas. Mas, na verdade, essa situação é ainda pior, pois prejudica não só o presente como também o futuro desses cidadãos, obrigando seus responsáveis a priorizar o prato de comida no lugar de subsídios para o estudo, a exemplo do material escolar. Ainda há que se observar que, infelizmente, muitas escolas dispõem de merendas de baixíssimo valor nutricional. Sem o indispensável sustento para o corpo, é difícil crer no sonho de ver um filho se formar no Ensino Superior e construir uma carreira de sucesso, alcançar melhor qualidade de vida.

Renata Lima

Alice Salustiano da Silva conta com o apoio da LBV, onde dois de seus três filhos frequentam o serviço Criança: Futuro no Presente!.

Em Maceió/AL, Alice Salustiano da Silva, 26 anos, é uma das tantas mães que lutam para garantir a comida em casa e o bom encaminhamento dos filhos na escola. Para isso, conta com o apoio do Centro Comunitário da LBV, onde dois de seus três filhos frequentam o serviço Criança: Futuro no Presente!. No local, Eloá, 6 anos, e Raniel, 11, participam de atividades socioeducacionais e têm almoço e lanche garantidos após o colégio, além de desfrutarem de muitos outros direitos, como convívio, segurança, lazer, arte e cultura.

De acordo com a genitora, “é de uma importância muito grande as crianças se alimentarem e fazerem as refeições nos horários certos para não adoecerem. Eu pergunto se almoçaram aqui e se gostaram de passar o dia na LBV, e eles falam que sim. Fico despreocupada [com as refeições deles], confio na Instituição”.

Vale realçar que ambos foram beneficiados, no início do ano letivo, com a campanha LBV – Educação: Futuro no Presente!, que entregou 20 mil kits de material pedagógico para crianças, adolescentes e jovens atendidos nas unidades da Entidade em todo o país e também a assistidos por organizações parceiras.

Renata Lima

Na unidade da LBV em Maceió/AL, as crianças participam de atividades socioeducacionais e têm almoço e lanche garantidos após o colégio, além de desfrutarem de muitos outros direitos, como convívio, segurança, lazer, arte e cultura.

Alice reconhece o valor dos estudos, apesar de, infelizmente, não ter podido concluir a Educação Básica. São os próprios filhos que a ajudam a ler quando não reconhece algumas palavras. Para ela, o sucesso deles na vida acadêmica representará o de toda a família:

“Queria que a Eloá fosse professora, pois ela é muito atenciosa, ou psicóloga. Quanto ao Raniel, gostaria que fosse dentista. O Antony diz que quer ser policial. Já disse aos três que os apoiarei no que decidirem. Queremos ter a nossa casa própria [lágrimas]. As crianças dizem pra gente que veem a nossa dificuldade e que, quando crescerem, vão nos ajudar a comprar a nossa casinha para sairmos do aluguel”.

Essa matéria foi publicada originalmente na revista BOA VONTADE nº 276, de outubro de 2022. Para ler outras reportagens dessa edição, clique aqui.