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“A LBV foi determinante na minha educação”

Conheça a história de Marcele Helena de Souza, que voltou a estudar graças ao incentivo da LBV.

Durante este mês de março, compartilharemos com você inspiradores exemplos de mulheres guerreiras que, pela grande capacidade realizadora feminina, transformam suas vidas, de suas famílias e de suas comunidades para melhor. Uma justa e merecidíssima homenagem da LBV a todas as mulheres que ajudam a construir um mundo melhor, por meio de suas ações, atitudes e iniciativas solidárias. Boa leitura!


Nunca é tarde demais para aprender. E se você ainda duvida dessa premissa, aqui está mais uma prova irrefutável de que a sala de aula pertence a todas as pessoas.

Marcele Helena de Souza precisou interromper os estudos, sem iniciar o Ensino Médio, ainda aos 14 anos, ao ficar grávida de seu primogênito. Ela reside com o marido e os cinco filhos em uma invasão na Comunidade do Guarda, em Del Castilho, zona norte do Rio, num barraco à beira dos trilhos da linha férrea (arraste para o lado e veja um depoimento, em vídeo, da atendida).

E foi na LBV que ela passou a ver a esperança brilhar no próprio horizonte.

Pedro Felipe

    

Por indicação de amigas, passou a integrar o grupo de mães do serviço Cidadão-Bebê*. E esse primeiro contato propiciou que os filhos Jean Flávio, Layza Leandra e Laís Eduarda ingressassem na Escola da LBV em Del Castilho — contribuindo também para que ela voltasse à sala de aula.

A LBV foi muito determinante na minha educação. Por tanto conversar com a assistente social, com a coordenadora pedagógica, que abriam os meus olhos e falavam da importância de eu concluir os estudos, que independentemente da idade eu poderia voltar a sonhar, voltei a estudar. E esse, sim, foi o fator decisivo da minha vida. De tudo o que tenho recebido da LBV, o apoio para voltar a estudar foi o melhor que ela me deu, explicou.

LIÇÕES PARA TODA A VIDA

O incentivo deu certo. Em 2018, Marcele concluiu o Ensino Médio em uma escola regular, assistindo às aulas enquanto os filhos também estudavam no Centro Educacional. Em sua turma, foi considerada aluna destaque em virtude da alta resiliência que demonstrou para conciliar os estudos com a maternidade,que exige integral dedicação aos filhos. Foi, inclusive, oradora na formatura.

Pedro Felipe

    

Agora, o objetivo é conseguir uma boa pontuação no Enem, para que consiga ingressar em alguma faculdade pública e cursar Serviço Social, o primeiro de outros cursos, pois, conforme ela afirma, “não quero parar de estudar”.

Pedro Felipe

    

Vale realçar que o incentivo que Marcele recebeu à continuidade da carreira acadêmica reverberou em uma consciência mais ampla acerca do conhecimento.

De acordo com ela, “a Educação abre portas. Hoje, consigo lutar por direitos básicos, como saúde. Se tenho algum problema na família, sei que posso ligar no 1746 [Central de Atendimento ao Cidadão] para relatá-lo, pois vão tentar me ajudar. A LBV me ensinou a ter muito diálogo com meus filhos. Agora sei ouvir mais, ter outro olhar para muitas coisas. E [esse aprendizado] não é uma jornada que acabou. Todo dia aprendo com eles, e eles, comigo. Com tantas conversas e palestras na escola, aquilo [que ouvimos] vai ficando guardado dentro da gente, [indicando] que podemos melhorar”.

Ela completa: “A Educação abriu portas, para mim, inimagináveis. Para muita gente, ainda não cheguei a lugar algum; mas, para mim, eu cheguei a
um lugar melhor dentro de mim mesma. Consegui me achar como pessoa. Consigo hoje valorizar o meu eu, pois já me senti perdida. A LBV cuida do corpo, da Alma, da mente e do coração”
.


* Cidadão-Bebê — Nesse serviço da LBV, gestantes e mulheres que já deram à luz são empoderadas para vivenciar a experiência da maternidade, de modo que tenham fortalecida a função de proteção da família e possam enfrentar eventuais vulnerabilidades pessoais e sociais, entre estas a descontinuidade dos estudos, a pobreza, a violência, o abandono e o sentimento de incapacidade. Ao fim do serviço, todas as mães ganham um enxoval completo para elas e para o bebê, e aquelas que não têm condição financeira estável recebem mensalmente cestas de alimentos enquanto participam das atividades.